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PORQUÊ A ARTE DE REPRESENTAÇÃO COMO PROPOSTA
A Arte de Representação – como disciplina, espaço de descoberta e exploração individual e colectiva -, proporciona ao indivíduo uma oportunidade inigualável de expressão e de aprofundamento e incentivo à sua Criatividade. Promove-se a experimentação do Eu na sua relação consigo e com o Outro, num processo de criação que funde a lógica e a intuição, fugindo às habituais solicitações quotidianas.
Este trabalho promove uma aprendizagem sobre o corpo, a voz, o pensamento, a imaginação, o espaço físico, os objectos e as emoções. Para além disto, pressupõe a construção de sinais e discursos (verbais ou não) que visam a comunicação e o trabalho em grupo, e enquadram o indivíduo na sua relação com o Mundo.
A criança, por sua livre vontade e necessidade, recorre ao jogo do faz-de-conta para se problematizar a si e ao Mundo. É através das personagens e situações que inventa que se vai descobrindo, saudavelmente, a si e ao Outro, bem como ao seu papel nas relações interpessoais do seu contexto.
Este tipo de trabalho recorre ao habitual faz-de-conta das crianças, proporcionando a descoberta e a exploração do instrumento físico, vocal, oral e intelectual, permitindo, acima de tudo, a experimentação de diferentes papéis, a exposição e aceitação de diferentes estados emocionais e psicológicos, através de uma experiência lúdica. Para além disso, treina o sentimento de auto-confiança, a exposição individual, as competências sociais e permite a observação, reflexão e treino de ferramentas comportamentais que o indivíduo pode utilizar na análise do outro e de situações imaginadas, melhor se preprando para dominar os seus contextos de comunicação habituais em prole dos objectivos pessoais e profissionais.
OBJECTIVOS E CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO
– Combinação de actividades mentais, emocionais e físicas, que absorvem a energia do indivíduo, de forma a vitalizar a actividade expressiva, constituindo-se, assim, como uma experiência gratificante;
– Oportunidade natural para a prática da verbalização, como instrumento de expressão, envolvendo também os seus aspectos técnicos de correcção de dicção (confiança, audibilidade e clareza). Desta forma, poder-se-á proporcionar uma situação real de estimulação da oralidade;
– Ocasião que requer naturalmente a cooperação e o trabalho em equipa, bem como o treino das competências sociais mais abrangentes (inerentes ao viver em Sociedade) e mais específicas (dependendo do contexto profissional da formação). “Ice-break” e comunicação como desbloqueador de situações-problema e técnica de envolvimento junto dos seus pares e clientes. Controlo em situações de exposição e de desconforto;
– A necessidade de auto-adaptação às características de uma situação dramática (drama aqui entendido como jogo / ficção) é uma experiência e uma disciplina. Como experiência, proporciona vivências emocionais e a reflexão / alargamento dos conceitos éticos e comportamentais de cada um. Como discplina, impõe e treina determinados padrões de resposta;
– A situação do jogo dramático lida com situações imediatadas da vida quotidiana, alargando concepções de carácter e acção, aumentando a percepção e a sensibilidade. O indivíduo, ao identificar-se com outra pessoa, afasta-se de preocupações autocentradas. Desta forma, o jogo dramático pode funcionar como compensação e desvanecimento de repressões e inibições, bem como pode potenciar o desenvolvimento de comportamentos / mecanismos de resposta específicos e desejados no âmbito de cada actividade profissional, tendo em conta os seus quotidianos, exigências e objectivos
– Através do jogo dramático e da sua prática, poder-se-á apresentar ao indivíduo padrões éticos e sociais, pelos quais ele próprio possa julgar os seus pensamentos e acções;
– Desenvolver a confiança, a iniciativa, o espírito e o impulso criativo através de um plano de experiências sucessivas;
– Encoraja-se a vida mental através da qual a imaginação e o desejo pela experimentação são mantidos e o desejo pela informação e pela investigação podem ser assistidos.